sábado, julho 21

O meu mundo parou (5)





      Inconscientemente, sinto-te a partir de mim. Mas tu não sabes. Não sei se partes porque quero, se partes sem querer, se partes porque queres ou porque está na altura de o fazeres. Chegou a altura de fazeres as malas e saíres da minha vida. A tua viagem por aqui há muito tempo que acabou, por isso, vai. O meu mundo parou de girar apenas à tua volta. E eu, cegamente, não me apercebi que isso tinha sido o principio do fim. Embrenhei-me nos momentos, ilusoriamente nossos e, esqueci-me de viver os meus. Agora, preciso de te esquecer para me voltar a lembrar de mim. Mesmo que ainda te ame e mesmo que ainda te recorde, vai. Isso se ainda aqui estiveres. Se alguma vez aqui estiveste. A tua ausência torna-se cada vez mais ausente. E o que antes me magoava já só me desilude. Deixaste de ser a desilusão iludida para seres a ilusão desiludida. Não te odeio, ou talvez sim. E eu sei que (ainda) és o meu fracasso. Mas, brevemente, desejo que não sejas mais nada. E mesmo que insistas em ficar, quem sai sou eu. Porque o meu ar acaba quando estás por perto e, isso mata-me quando eu quero viver. Vai-te embora. Não preciso mais de ti. Nunca mais. E, quando saíres, não te esqueças de fechar a porta.


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