Não.
Não preciso de um sonho. Nem de um sonho nem de palavras. Sinto-te. Inesperadamente
vieste até mim. Não me mexi. Ou se me mexi ninguém notou, tu não notaste. E se me mexi foi inocentemente. Ou,
talvez, não. Mas isso não importa, o que importa é que vieste. Vieste e não sei
se vais ficar... Há cerejas em cima
da mesa. Podemos come-las juntos, se quiseres. Uma por uma. E quando acabarem
eu vou buscar mais e comemos, só para não te ver levantar e ir embora. Não
quero que vás. Quero que fiques… Comigo. Sim, (agora) sei que quero que fiques
comigo. Fita-me com esses teus olhos, da maneira que sempre me fitaste. Toca-me
da maneira que sempre me tocaste e, que me faz sentir-te tão perto e que me
acelera o coração. Gosto de sentir a tua mão nas minhas costas com segurança e
de sentir a tua respiração, compassada, no meu cabelo. Ignorei, muitas vezes,
os teus gestos, as tuas tentativas. Eu sei. E podia ter sido diferente. Mas se
não foi é porque não tinha de o ser. É porque, os momentos são como as cerejas,
tem de se esperar pela altura certa para os apanhar… Mas agora não me deixes. Ainda
há cerejas na mesa. E eu não sei se vais ficar, se queres ficar. Mas se for só
pelas cerejas, eu não as deixo acabar, nunca... Para que fiques comigo.
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