Atas-te os teus ténis tão convictamente que me fez sentir orgulho. Orgulho da tua força e da tua coragem. Não, não preciso que te faças ver diante de mim nem que te mostres perante as pessoas. Só preciso, para que me orgulhe, que sejas tu próprio. Que sigas os teus caminhos e faças as tuas escolhas como um ser único, como tu, como sempre foste. Como tu és. Levantaste-te e dirigiste-te a mim, calmamente, olhando-me nos olhos. Eu sorri para ti. O sol brilhava lá fora, a manhã estava fresca mas aconchegante. Inclinaste-te, ligeiramente, até ficarmos frente a frente e beijaste-me. Olhaste-me novamente. Estendeste-me as tuas mãos que eu agarrei com as minhas. Levantaste-me e apertaste-me nos teus braços. Fazias aquilo sempre que acordávamos juntos... Sabias que eu adorava esse teu jeito. E por isso fazia-lo sempre. Despediste-te de mim, era hora de ires. Aquele momento era sempre cortante... Sabia que assim que a porta ficasse entre nós já sentia saudades tuas. Era sempre assim. Era sinal de que o amor estava sempre vivo, mais vivo, dia após dia. E que cada reencontro sabia ainda melhor. Beijaste-me novamente. Olhaste-me. Soltaste as minhas mãos. Viraste-me as costas e dirigiste-te para a porta, sem olhar para trás. Eu sei porque não olhaste. Sabia que também te custava ir embora. Sabia que eu própria correria novamente para os teus braços, dificultando mais a tua partida. Abriste-a e saíste. Eu fiquei ali de pé, a assistir a cada gesto, a cada passo teu. Quando o fechar da porta me fez reagir, atirei-me para cima da cama. O sol brilhava e os raios entravam pela janela. Fiquei ali mais uma hora deitada, a sonhar acordada, a pensar em ti. Em nós. Tudo era lindo. Tudo era nosso.
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