Continuo neste mundo parado. E
estou exausta. Apesar de continuar, aqui, imóvel e inquieta, sinto-me esgotada
de uma luta sem as tuas palavras. Vivo na incerteza do acreditar. Ora sim, ora
não. Consomes-me sempre mais. Levas, todos os dias, sempre mais um bocadinho da minha alma e despes-me o
coração. Sinto frio. Um frio que não sei explicar, mas é mais do que um simples
sopro que me arrepia. Gélido, como a tua constante ausência... Eu sinto-me tão
sozinha... Tão sem ti... O meu mundo está oco. Eu falo e as palavras refletem-se nas paredes, mudas, de um abismo,
imaginariamente, real. Começo a sentir-me num deserto, alucinado, imaginando
que te vejo, ao longe, caminhando lentamente, na minha direção. Mas, quando
volto à lucidez perco-me em pensamentos e, aí, já não sei se ainda tens o mapa,
do regresso, tatuado no teu coração. Será que a tua pele se gastou assim tanto que o apagou ou desfragmentou?! Ou será que, em vez do mapa, o que se desfragmentou foi o teu coração?! Não sei. Eu nunca sei. És a incógnita da minha equação. E, por mais cálculos que faça, ainda não consegui chegar à conclusão do meu
problema... Não, não é impossível. (Não és impossível!) Só preciso de detetar
aquela raiz que te prende, algures, neste universo que tende para mais
infinito... E, a cada passo, surgem mais perguntas... Mas, as respostas
continuam, mudas, em silêncios incolores. Um tudo, tão vazio, ecoa dentro da
minha cabeça. O meu coração (ainda) bate, agora quente e acelerado, na ânsia de
um só sinal teu. Mas tu não apareces e eu continuo aqui. Para quem reclamava que chego sempre atrasada, acho (tenho a certeza, aliás)
que conseguiste bater o meu recorde! Mas eu (ainda) não me cansei de esperar. Porque
eu (ainda) não desisti de ti, mesmo que tu, tenhas desistido que eu desista de
ti. Porque, apesar das constantes visitas das respostas e das dúvidas, eu
acredito que tu voltas... Ou hoje ou amanhã ou depois de amanhã ou para a
semana ou depois de depois... Tu voltas! Eu sei que sim, que voltas.
Sem comentários:
Enviar um comentário