Tive medo de falar com receio que as palavras me aprisionassem. Por mais frases feitas ou que
construísse, na altura que eu as dissesse ou que as calasse, os pensamentos
faziam-me vivê-las na mesma... E, nunca disse muito com medo de não ser
suficiente... Mas agora percebo
que os meus silêncios calados foram piores do que as palavras que sempre te
quis dizer, mas não disse. Tu
ainda existes... Existes tanto em
mim... Mas perturbas-me os
pensamentos com as ausências presentes e com as presenças incertas. Eu nunca
sei o que posso esperar no dia a seguir, nunca soube. E na verdade isso é o que me mantém
aqui, ainda. Mesmo que me
consumas o sistema nervoso sentimental és tu quem me agita o chão e me mexe os
pés! És a força, que mesmo
destruidora por vezes, me completa os momentos, os pensamentos e o corpo! És a vida que me dá vida... Mesmo que
isso me deixe furiosa comigo e contigo no mesmo momento! Eu não sei o que se passa em ti! Não me deixas, por vezes, invadir o
teu território e tocar no teu espaço nem nos teus pensamentos. Eu conheço-te, conheço-te melhor do
que a mim. E tu tens consciência disso! Sempre
te elucidei desse real facto, mas mesmo assim, foges com medo de alguma coisa
que eu não sei, que nem tu sabes... E
assim, deixas fugir, também, todas as palavras que alguma vez dissemos um ao
outro. Deixas fugir os momentos
ao sabor do vento. Deixas que
tudo se perca em silêncios e ausências... Tu
deixas! E continuas sempre a
deixar... E eu, sozinha, não os consigo agarrar e guardar... E, na dúvida que envolve o teu
coração, eu e tu desaparecemos! Não
é uma ilusão desde que finjamos que ninguém repara...
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