domingo, julho 22

Book.




     Estas páginas já foram gastas. Estas letras já foram lidas. E esta música, de fundo, agita, numa brisa sonora, todas estas sensações. Não me recordo, ao certo, de quantas vezes estive, presentemente, presa neste déjá vu. Apenas sei que, foram as vezes necessárias para gastar estas páginas e estas letras e, para que este CD esteja riscado e, instantaneamente, soluce nos compassos. Estas lágrimas, também, já tingiram as páginas amareladas com tinta negra e desbotada. E, por vezes, eu não sei o que foi mais negro... Se as lágrimas, se a tinta.

     O tempo foi passando, e eu, ainda guardo comigo este livro. Porque todas as estórias, mesmo que repetidas e gastas, não deixam de ser estórias. E porque todos os sentimentos e momentos nelas contidos, ainda me movem dia após dia. Silenciosamente, olho-o e sei que será sempre o meu refúgio. Que me posso fechar, prender e enclausurar dentro daquela capa dura. Que posso ficar, como se fosse esse mesmo livro, esquecido e poeirento, numa prateleira. Mas eu não quero e não posso. E então fecho o livro. Arrumo-o num lugar não esquecido, onde eu o possa sempre ver (nunca se sabe quando vou precisar de fugir para lá, novamente...). E, por momentos, penso se isto será o que eu preciso de fazer. Fechar o livro e, deixar-me ao relento de toda esta vida que, me obriga a querer ficar dentro dele. Então, volto a retirá-lo da prateleira. Insanemente, as minhas mãos, tremem pela inconsequência dos meus atos. Coloco-o em cima da mesa, na varanda, onde bate sempre a luz do sol (mesmo quando chove muito por aqui...). E abro-o. Porque um livro aberto, é muito mais fácil de ser decifrado.


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