Estes pensamentos já não são os mesmo de outrora. Porque esses já foram, levados sei lá porquê e, sei lá para onde. Mas estes, estes, ficaram aqui, ecoando na cabeça, compaçando com o tempo. E eu estou aqui, sentada nesta varanda com vista para o jardim, e penso. Penso com estes pensamentos que me restam e com esta mente que ora aquece, ora arrefece. E à medida que o tempo passa, as flores vão nascendo e multiplicam-se. E eu vejo-as daqui, cada vez mais, coloridas. Parece-me a mim. Mas é só impressão minha. Afinal, a Primavera já passou e os dias agora são de chuva. Já não há mais flores. O vento hoje sopra, calmo. Mas, mesmo assim, consegue agitar-me estes pensamentos de Inverno. E eu vagueio, então, pela minha alma adentro. E procuro encontrar-me onde me perdi, sozinha. Vasculho os meus segredos guardados lá dentro, na esperança que eles se tenham revelado e ido embora. Tal como a Primavera foi. Mas não. Porque ele não têm flores, como a Primavera tem...
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