terça-feira, julho 17

Partida.





      Madrugada acesa de estrelas nubladas, de onde contemplo tudo aquilo que vivo, agora. Com o passar dos dias não consigo perceber se tudo se torna mais fácil ou mais difícil sem ti. Estou aqui, como uma vela acesa, cujo pavio está prestes a chegar ao fim. Eu amo-te como nunca amei. E, mesmo que eu tente enganar-me, imaginando que tu não o sabes, já não consigo arranjar mais desculpas que me façam desculpar-te. Apercebo-me que amar-te só, não chega... Na verdade nunca chegou. Apercebo-me que me esgotei e que estou exausta. Não consigo continuar a lutar por um sentimento que só eu sinto. Um sentimento que tu estás a matar a cada instante que marca o meu tempo (perdido). E mesmo que isso me arda na pele e me magoe o coração, eu não me posso (des)iludir mais... Nem contigo, nem comigo. Tu, ausentaste-te do mundo e de mim. Fugiste para um refúgio de antepassados presentes onde eu não existo. Estão a transbordar de memórias e de sentimentos, por isso, já não há espaço para mim. Mas, eu também não quero ser o teu passado, quero ser o teu presente. Mas não posso. Talvez um dia, quando o teu tempo acelerar, eu faça parte do teu passado-recente. Mas serei sempre um passado. Agora, deixaste-me num presente que não consegues viver. E hoje, já nem a tua sombra lá permanece. Fizeste as malas e partiste. E, aos poucos e poucos eu sinto-te a partir também... De mim!


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