Estórias de amor (2)

    O telemóvel vibrou. Olhei-o e, no visor, não havia número. Nunca gostei de chamadas anónimas. Hesitei entre atender e não atender mas, naquele momento, cá dentro, havia algo que me dizia para atender. Atendi. A tua voz, do outro lado, fez-me congelar. E, quando voltei a mim, pensei que aquela conversa não estava a acontecer. Disseste-me tantas coisas, coisas que nunca pensei que me voltasses a dizer... E, por momentos, as saudades diminuiram um pouco, muito pouco. E, nessa noite, sonhei contigo...

     Dias depois, apareceste de surpresa. Sorriste-me e, abraçaste-me daquela maneira tão forte e tão segura... E, estar ali contigo, foi como se nada tivesse mudado. Ainda me olhas como antes e, eu ainda te sinto como antes. E a cada toque, a cada abraço, a cada brincadeira, o meu coração batia tão fortemente... E cá dentro eu sabia que ainda tinha força, força para esperar por ti. Levasse o tempo que levasse.

(Adaptado de "As voltas que tudo dá...")

     Os anos foram passado e, tudo deu demasiadas voltas. Primeiro foste tu que não me quiseste depois foi eu quem não te quis. E andámos nisto tempos sem fim. Nem amizade não foi suficiente para nos unir. Tudo acabou e cada um seguiu o seu rumo. Sobre nós, ficou uma estória, a nossa estória. (In)acabada...