domingo, outubro 14

Estórias de amor (12)




     Quando eu pensei que já não havia esperança para nós, vens tu, nesse teu jeito e, trocas-me as certezas por novas esperanças e por um novo acreditar. Sinceramente, não compreendo porque é que ainda mantens essa relação. Eu sei que não a amas, que estás acomodado a uma coisa que não te vai levar a lado nenhum e, também sei, que tu não és do género de pessoa que se habitua a viver assim. Continuas enterrado no trabalho como um escape às obrigações, como um refúgio onde estás tão sozinho rodeado de pessoas. Habituaste-te a ter-me por companhia, a que cuidasse de ti e, habituaste-te a procurar-me, quando me sentiste afastar, porque sabes que sou pessoa para ir e não voltar mais. Sabe-te bem teres-me por perto, como me sabe a mim estar lá. Procuras, em mim, aquilo que não encontras nela, aquilo que sabes que ela nunca te poderá dar... As conversas, o sorriso, o apoio, os silêncios, o espaço, a compreensão... Eu conheço-te. Sei do que precisas e do que não precisas. E mesmo quando tentas impor-me essa tua frieza como defesa, acabas sempre por recuar, por não aguentar. E ela? Ela, provavelmente, não sabe ler-te nem o olhar nem o sorriso, para saber como estás hoje. Não aprendeu nada entre os pontos finais e as reticências de uma mensagem tua. 
      Há dias tiraste-me o tapete debaixo dos pés. Aquela mensagem, aquelas palavras... Foi quase como se tivéssemos retrocedido no tempo e nunca nada tivesse mudado. E a partir daí senti, cada vez mais vontade de estar junto de ti, de falar contigo, de partilhar a minha vida contigo. E hoje sonhei contigo. Foi tudo tão real que, quando acordei, quase ouvi os passos a irem embora. Quem me dera que não fosse apenas um sonho. Que estivesses ali para me abraçar. Que pudesse sentir o teu abraço e o teu cheiro pelos lençóis... Agarrei no telemóvel e mandei-te uma mensagem. Precisava de saber que estávamos, minimamente, bem. E, depois de uma longa conversa, tive a necessidade de, finalmente, conseguir admitir que errei todos estes anos em relação a ti, que me preocupo muito contigo e que só quero o teu bem. Sei que não estavas à espera de, alguma vez, ouvir isto. Que, provavelmente, ainda estás a digerir e a analisar a informação. Nem eu consegui, ainda, perceber como fui capaz de te o dizer... Até agora não me disseste nada. Eu larguei uma bomba nas tuas mãos e, tu estás, até agora, a tentar decidir o que fazer com ela. Esse teu silêncio vai valer-me uma noite em branco, muitas perguntas e, que o coração (quase) me salte pela boca de cada vez que o telemóvel toca...


(Continua...)














2 comentários:

  1. não conhecia o teu blog, mas pelo que vi por aqui, fiquei a gostar imenso. gostaria de te dar a conhecer o meu cantinho - sê bem vinda por lá!

    http://cottoncandy-peaches.blogspot.pt/

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    1. Olá Ainda. Bem-vinda ao meu blogue. Obrigada pelo comentário. Este blogue já existe há alguns meses e é a compilação de outros blogues que tive e, com muitas novidades também. Ainda estou a divulgar. Volta sempre. Beijinho.

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