E até hoje deixaste-me com os teus silêncios, a tua ausência. Nunca mais soube nada de ti. E, finalmente, tive a certeza de que há outra pessoa na tua vida. Desconfiei e não quis acreditar mas, agora, sei que é verdade. Não sei se tencionavas contar-me ou não. Não sei se tinhas intenção de fazer disso um segredo entre nós, até decidires o que querias fazer connosco e com a tua vida. Não considero correta a tua atitude e, sinto que merecia uma explicação ou, até mesmo uma mentira, da tua parte. Qualquer coisa que me servisse de justificação. Não sou pessoa de desistir, mas sei quando estou a mais. E esta é uma dessas situações. Prefiro arrumar a minha trouxa e ir embora, enquanto não é demasiado cruel, para mim, partir. Talvez tenha sido boa a minha falta de coragem. Talvez tenha sido bom nunca te ter dito nada sobre aquilo que, ainda, sentia por ti. Talvez seja melhor não saberes de nada. Assim, não tens motivos para continuares preso a algo que já arrumaste no teu passado... Sabes, não me custou assim tanto saber disto. Se calhar já me tinha mentalizado de que não fomos feitos para ficarmos juntos. Ou então, ainda não caí, verdadeiramente, na realidade. É irónico como somos feitos de encontros e desencontros. Como o tempo vai passando, e nós, continuamos sempre no mesmo labirinto, umas vezes perdidos, outras, a encontrarmo-nos em algum recanto. Não te guardo ressentimento. Sei que, provavelmente, consegui ser muito mais cruel contigo antes. Que a minha frieza, a minha distância e as minhas palavras foram muito piores do que este teu silêncio. Não tenho o direito de pensar que tudo isto é demasiado cruel para mim. Afinal, fui eu quem me pôs nesta situação. Fui eu quem decidi que não valias a pena. E, o facto de ter chegado à conclusão de que estava errada, não anula tudo aquilo que eu fiz, pensei ou disse. Provavelmente, estava na altura de eu sentir na pele, o que é vermos partir quem se ama, com outro alguém, e não poder fazer nada para impedir...
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