quinta-feira, agosto 30

Estórias de amor (9)





     E o telemóvel voltou a tocar. Dias após o último. Dias após o teu silêncio. Pensei que não voltarias a ligar-me. Enganei-me. Pensei que não te justificasses. Enganei-me. Pensei que não voltaríamos a ter assunto para falar. Enganei-me. Enganei-me, como estava enganada todo este tempo, como sempre. Tu voltaste a ligar-me e, eu voltei a ficar especada em frente ao telemóvel, sem lhe tocar. A ver o teu nome no visor e a pensar que, ainda à pouco, tinha desejado que o fizesses. Atendi. E desta vez não tive medo, nem precisei de te ligar de volta. Justificaste o teu silêncio e, eu acreditei em ti porque sei que é verdade. Nunca tiveste a necessidade de me mentir ou omitir o que se passa na tua vida. Acreditei porque quis acreditar. Porque precisava de arranjar, para mim, um motivo para o teu silêncio. Foi uma conversa rápida. Nunca fomos de longas chamadas. Mas, quando desligas, fico sempre com a mesma sensação de que me soube a pouco. De que há tantas coisas para conversarmos... Tantas coisas para dizermos um ao outro. Assuntos que não temos coragem de tocar, com medo de estragar tudo. A nossa relação sempre foi como um castelo de cartas. Sim, acho que é o que o melhor a define. Nunca tivemos uma base, suficientemente, forte para que conseguíssemos chegar ao topo. Havia sempre um de nós a estragar tudo. Muitas vezes foste tu, outras tantas, fui eu. Eu sei que, ainda, não tive coragem para te contar tudo aquilo que não sabes. E não sei se alguma vez vou ter. Mas, acredita que, quero muito que saibas que, preciso muito de te dizer isto. Cada dia é um sufoco... Cada dia penso se, é certo ou errado, eu contar-te... Eu contar-te que nunca te esqueci.

     Horas depois vieram as mensagens. E nunca esperei que...




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