quinta-feira, agosto 16

Estórias de amor (7)





       Hoje fui caminhar à beira-mar e, descobri que nós somos como as conchas. Sim, como as conchas. O mar ora as leva, ora as trás. E, quando elas ficam enterradas na areia e nós as deixamos de ver, não quer dizer que elas já não estejam lá ou que tenham sido levadas. Elas podem estar lá sim, mas nós é que não as vemos. 
      E nós somos assim, duas conchas na areia, separadas pelo mar. Sempre estivemos enterrados à beira-mar, mas não sabiamos. Tu não sabias. Eu não sabia. E, só depois de muito tempo a observar é que percebi isto. 
        É pena ter percebido, provavelmente, tarde demais...



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